“Disse ele à multidão: ‘Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me ’” Lucas 9:23 (NVT)
Jesus, quando andou nesta terra, sempre esteve cercado por vários tipos de pecadores: aqueles que sabiam que eram pecadores e que precisavam de restauração, como a mulher samaritana; aqueles que apenas tinham uma noção de sua condição pecaminosa, mas que, convivendo com Jesus, puderam enxergar o quanto precisavam mudar, como os discípulos; tinha aqueles que, inclusive, não se achavam pecadores, como os doutores da lei. Por fim, havia a multidão, que, em sua maioria, só queria os milagres, mas não entendia o contexto maior; tinham ouvidos, mas não ouviam. Cada grupo via Jesus de forma diferente.
Hoje, temos uma situação parecida. Vivemos em tempos em que a verdade de cada um é o que importa, mesmo que não faça sentido algum. Isso é bem explícito na sociedade em geral, mas também dentro da igreja, na sociedade eclesiástica, onde muitas vezes a Palavra de Deus é distorcida ou abandonada, e é pregado um Jesus que não é o Jesus da Bíblia. Cada um entende Jesus conforme lhe convém. Adoram um Jesus neohumanista, onde o verdadeiro senhor é o próprio ser humano. Tentam fazer de Deus um ‘gênio da lâmpada’ para suprir suas necessidades egoístas e para que possam se sentir bem consigo mesmos — “o importante é ser feliz.”
A Bíblia fala dessas pessoas ensimesmadas, para as quais o Jesus que servem é um Jesus-ídolo, criado pelas mãos e pensamentos humanos, de acordo com o que acham que é melhor para elas.
Isso não é o Evangelho. Na verdade, isso é idolatria com aparência de piedade. O Evangelho é Jesus como o Senhor e dono, em que fazemos tudo para a sua glória, mesmo que tenhamos perdas pelo caminho. Entretanto, já estamos no lucro, pois temos paz com Deus através do sacrifício de Cristo.
É importante uma reflexão diária, com sinceridade diante da Palavra de Deus. Devemos olhar para nós mesmos através das lentes das Escrituras Sagradas e avaliar quem está assentado no trono de nossa vida: Deus ou o nosso eu. Muitas vezes, nossas vontades e desejos estão disfarçados de bondade, mas cheios de egoísmo e motivações carnais. Podemos nos perguntar, de forma sincera: Cristo é realmente o meu deleite, meu dono e minha razão de viver? Será que o Jesus que eu quero é aquele mais palatável? Ou será que realmente desejo seguir o Jesus que é Deus, Senhor e dono de tudo? Estou disposto a fazer o que Ele mandou? Isto é, negar a mim mesmo, tomar a minha cruz diariamente e segui-lo?
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos quebrante diariamente em sua presença. Que aprendamos a ocupar o nosso lugar como servos, e que o nosso Senhor Jesus seja realmente o Senhor de nossas vidas.
Keyla Lidorio de Sena.